sexta-feira, 27 de abril de 2012

Lobos na noite escura

Diz que quer correr com lobos...
Tem pernas?
É selvagem pra isso, ou tem ideias de domas, como se, com doçura mudasse os rumos e a velocidade da fera?
Quer andar com lobos e pernoitar em clareiras. “Quer pernoitar?!!!!”
Correr na noite crua na treva da lua
Pés na terra, e coisas que rastejam a margem de um caminho que não existe.
Quer correr com lobos?
Já ficou sozinha no nada sem ver a noite, ouvindo grunhidos vindos de todos os lados? Quer correr com lobos sem saber aonde eles vão? Quer?


(Antenor Emerich)



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Dois minutos de poesias...


Esta noite é de sonhos
Lembranças não vividas
Talvez de outras vidas
Do amor que vivemos

E eu não sei...
Se é o sonho ou a poesia que
Faz-me criança brincando de pique
Assim sou eu pensando em ti
Contando as estrelas do céu
Somente ao céu elas pertencem
E disso eu bem sei...

E vem um aperto que aperta o peito
E em mim a saudade jacente
Um sorriso tímido na face
Se é alegria
Eu não sei...
Sei que rio sozinha
Depois brilham os meus olhos...

domingo, 1 de abril de 2012

Nas asas do pensamento...

                      Para o meu menino...
Cada poema que faço voam palavras que cravo no papel.  Breves linhas... Letras suaves e famintas... Meus pés se escorregam pelo tapete e meu corpo ocioso se rende a maciez da poesia. Quase não vejo mais a linha à minha frente, essa linha imaginária e transparente. Mas pra que  pensar na linha? O que preciso é me jogar no ar e explodir! Hoje não quero ouvir estórias... Minha fome é outra...  Minha sede é de dentro.  Meu segredo é esse que a madrugada vadia esconde...  E o que importa se já não sou verso?  De muito já sou reverso, selvagem, do avesso!  Desejos que me tomam... Outras vontades que não as minhas...  O limite entre a cantiga dos céus e o ninar da noite é apenas uma metáfora... Com seu jeito sutil atravessas a linha... Essa linha imaginária que nos devora... Que nos distancia... Mas eu sonho, tal como agora, que desta vez você vem e encostar-se-á e em mim de mansinho, bem devagarinho...  E teu sorriso nascerá em minhas mãos e teu beijo em meus beijos... Nos sulcos fortes do seu peito irei repousar e o sono te encontrará no meu aconchego... 

...E dormiremos  envoltos num doce sonho...  Nos seios da noite... No regaço do tempo...


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